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01
Mai11

CGTP na rua, pelos direitos ao emprego, aos salários justos e contra o FMI

adm

Com bandeiras, cravos e camisolas vermelhas, os trabalhadores da CGTP comemoraram hoje o 1.º de Maio, em Lisboa.

 

Uma estrela dourada brilha no meio da boina vermelha. Orgulhosamente colocada na cabeça de Augusto Ramos, de 73 anos, antigo carpinteiro da construção civil. Ele avança no meio das pessoas que se vão concentrando, na Alameda, em Lisboa, para comemorar o 1.º de Maio, Dia do Trabalhador. Natural de Torres Novas, militante do Partido Comunista (PCP) exibe a boina vermelha com orgulho. “Já a tenho há uns 30 anos, comprei-a na festa do Avante”. Num saco de plástico, traz duas bandeiras: uma, nacional, outra, do PCP. Irá agitá-las assim que chegar a manifestação que vem do Martim Moniz e Carvalho da Silva, o secretário geral da central sindical, começar a discursar.

Hoje Augusto Ramos recebe uma reforma de 370 euros por mês, o único rendimento com que vive. Diz que “nunca” faltou a um 1.º de Maio principalmente agora “com a crise e o desemprego, a minha obrigação é participar”. A sua análise da situação do país é curta e simples: “Isto está assim porque há muitos ladrões. O rico é cada vez mais rico e o pobre é cada vez mais pobre. Para mudar é preciso produzir e não comprar tanto lá fora”.

Enquanto não chegam os "camaradas" que vêm na manifestação, vai comer um caldo verde e uma sardinha, “como é tradição”.

Como é habitual, há várias bancas que vendem comida e bebida: sardinhas a um euro, bifanas a 1,90€, água a 0,50€, vinho a 0,60€, cerveja a 1,10€. As pessoas fazem fila para comer por baixo das faixas de pano onde se lêem frases como “Viva o 1.º de Maio, Por um Salário Justo e pelo Emprego” ou “Emprego com Direitos contra Despedimentos”. 

Mais pessoas vão chegando. Muitas com camisolas e chapéus vermelhos, cravos ao peito, camisolas da CGTP. Há famílias com crianças, pessoas que trazem cães com lenços amarrados à cabeça. 

Canções de intervenção levantam os ânimos, perante a chuva prestes a cair. 

“A minha preocupação principal é que os políticos se entendam”, diz Rogério Ferrolho, empregado dos CTT que por ali passou e resolveu tirar umas fotografias ao palco onde decorrerá o comício com dezenas de bandeiras desfraldadas. “Isto está tudo embrulhado, o país é uma confusão, não se sabe se vale ou não a pena ir votar”.

Mais abaixo há uma fila de mesas onde grupos de homens indiferentes à movimentação em redor, jogam dominó e cartas como todos os dias. 

Junto ao parque infantil cheio de crianças, Prazeres Gonçalves, de 65 anos, simpatizante do PCP, ex embaladora de uma fábrica, hoje com uma reforma de 300 euros, veio assistir ao comício, como faz todos os anos. “Preocupa-me a crise. E queria que não roubassem tanto”, diz. 

Indigna-se com a passividade e o silêncio. “Fica tudo calado, ninguém diz nada”. Mas tem esperança. “Isto tem de mudar”. 

Discretamente, Pedro Gomes, de 28 anos, observa o movimento e espera os discursos. Celebrar o Dia do Trabalhados é “importante”, considera porque “é sempre importante a consciencialização das pessoas” e que não haja “tanta alienação”. 

Estudante de Engenharia do Ambiente e empregado de mesa em part-time, Pedro Gomes é da opinião de que “o maior problema será o futuro” e de que “a mudança tem de decorrer de forma global, a partir de vários países da Europa”, não podendo ser vista apenas na perspectiva portuguesa. 

É da juventude que “partirá a mudança”, confia Martinho Alves, reformado. “São precisas novas ideias” e uma forma “actual” de transmitir a mensagem”, afirma. E também “é necessária uma nova abertura” para inovar porque “a sociedade é outra”. 

Encostadas às grades colocadas à beira dos passeios, as pessoas já avistam a manifestação que vem do Martim Moniz debaixo de chuva. 

Homens com bandeiras vermelhas à frente. Centenas de pessoas atrás depressa enchem a Alameda gritando palavras de ordem: “CGTP, Unidade Sindical”, “Maio está na rua, a luta continua”, “O país não se endireita com políticas de direita”. 

 

E logo erguem os braços muitos dos que aguardavam. Com punhos cerrados, a repetir “Não queremos aqui, o FMI”.Vão ouvir agora Carvalho da Silva.

fonte:http://www.publico.pt/

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