Aumentos salariais ficam abaixo de 2% até final de 2012
Segundo o estudo Total Compensation Portugal 2011 da consultora Mercer, que analisou 94 222 postos de trabalho em 292 empresas presentes no mercado português, os incrementos salariais em 2012 serão superiores aos verificados em 2011, sendo que as expectativas apontam para um incremento salarial médio em 2012 entre 1,27% e 1,61%. No Estado, após um corte médio de 5% efectuado em Janeiro, os salários e as progressões e promoções dos trabalhadores da administração pública ficaram congelados até 2013.
Em 2011, o incremento salarial médio por grupo funcional oscilou entre um mínimo de 1,12% para os níveis superiores (direcção geral/administração) e um máximo de 1,49% para os níveis administrativos e 1,40% para operários.
"O foco das organizações, em períodos de contracção económica, está centrado em medidas de controlo de custos e de curto prazo, como congelar ou limitar os incrementos salariais e com a diminuição do potencial da remuneração variável, mas prevê-se que possa passar a estar cada vez mais centrada na competitividade da compensação total oferecida aos seus colaboradores num futuro próximo, à medida que as perspectivas económicas evoluam", afirma Tiago Borges, senior associate da Mercer.
A maioria das organizações (75%) pretende manter o número de colaboradores em 2011, no entanto existe um número relevante de organizações (12%) que indicou a intenção de reduzir o seu quadro de pessoal durante o presente ano. Essa percentagem desce em 2012 para um valor de 10%.
No Estado, o cenário é bem diferente. Os salários e as progressões e promoções dos trabalhadores da administração pública ficam congelados até 2013. Os salários no Estado acima de 1500 euros já tinham sofrido este ano uma redução média de 5%, um corte que manterá nos próximos dois anos. Ou seja, não há perspectivas de melhoria salarial até 2013 para os funcionários públicos.
O Governo pretende ainda impor na administração pública uma política de racionalização das horas extraordinárias e das ajudas de custo. Este cenário está a agitar particularmente a classe médica, uma vez que o pagamento de horas extraordinárias constitui uma fatia considerável do rendimento para muitos destes profissionais. Por outro lado, as carreiras especiais que ficaram por rever, serão agora reestruturadas, bem como os seus suplementos remuneratórios.
fonte:http://www.dinheirovivo.pt/